(80) Andar sozinha na rua por horas sem medo. - Iniciado 03/01
23 de
novembro de 2011, jamais esquecerei esse dia, primeiro, porque é o dia do meu noivado,
é eu sou do tipo mulherzinha que comemora todas as datas...segundo, porque fui
espancada na rua por dois homens.
Era um dia normal de trabalho, horário de verão, morava a
dez minutos do trabalho e naquela vibe de "se você é sedentário, use as
escadas, caminhe até a padaria"...resolvi andar até
em casa.
Havia duas opções de caminho, um pelas obras de um novo
prédio e o consequente constrangimento e o outro pelo parque, lindo de bairro
de "bom" com lago, garças e tudo...escolhi esse caminho.
Caminhei por cinco minutos, passou uma moça linda correndo,
vi um senhor pescando no lago e dois homens passaram por mim empurrando
bicicletas...
Pararam na porta do parque, passei por eles e de repente um
estalo na cabeça, um zumbido nos ouvidos e ouvi "perdeu playboy",
meus óculos quebraram em meu rosto, cai sobre a bicicleta e recebi vários socos
na cabeça e pontapés, porque meu celular falava um comando de voz e os marginais achavam
que era uma ligação...
Ouvia "fala q tá di boa" "fala q tá di
boa" eu não disse nada, nem um grito, um socorro, choro nada!...e cadê
todo mundo? o vôzinho pescador, a moça bonita pra me ajudar??? foram minutos,
mas pareceram horas...levaram tudo, bolsa, celular e dignidade, no lugar deixaram o medo...
Andei sem rumo, vi um telefone publico e tentei por três
vezes ligar para o trabalho (eu esqueci o número), tinham levado meu crachá e as
chaves e haviam pessoas lá.
Minha colega de trabalho me socorreu, disse q meu rosto
estava detonado, as pernas e braços sangrando, as roupas rasgadas...é humilhante apanhar "na cara".
Hoje, tenho medo de sair sozinha, tenho pesadelos com "os
caras", acho que todo mundo quer me assaltar e se alguém chega perto de
mim sem que eu perceba em um local público eu tenho um ataque...de verdade!
E por tudo isso, eu fui muito "da corajosa" e
aproveitei a liberação no meio do expediente para passear no Centro da
cidade, tudo bem que foram duas horas, tudo bem que morri de medo, mas o
simples fato de tomar um sorvete caminhando pelas ruas foi um marco pra mim.
Mais uma das resoluções "em andamento" tó
orgulhosa de mim!