23 de agosto de 2012, recebo uma ligação da minha mãe:
- Acho que estou com alguma coisa grave, sua tia me ligou chorando para avisar que preciso ir ao Posto.
Liguei para minha tia que se negou a dizer, mas seu estado confirmava o inacreditável.
Liguei na UBS e ao me identificar responderam, sua mãe tem adiado a consulta, não costumamos passar essa informação por telefone, mas ela está com câncer e precisa ser operada urgente.
Desespero, ânsia e espasmos...minha mãe esperando minha ligação:
- Mãe, você precisa ir ao médico agora, mas fica calma, é simples, mas precisa de tratamento urgente.
-Estou com câncer???? Sim mãe você está, mas ele é muito simples de resolver, vai dar tudo certo!
-Ligação para irmã: - A mãe está com câncer...tremores, calafrios...fui encontrá-la, choramos e prometemos não fazer isso perto dela.
Cirurgias, diversas terapias, exames desanimadores, falta de dinheiro, falta de vagas, todo tipo de reações, números infinitos de dias e horas no hospital, contratação de plano funeral...tristeza.
E hoje? Ela está ótima! Aguardando ansiosamente seu último exame, em fase de monitoramento de recidiva.
Um alerta:
Minha mãe teve um câncer de fácil cura, mas a demora no diagnóstico fez com que os tumores (eram três) lesionassem sua paratiróide, garganta, tranqueia e cordas vocais, além de "roubar" o cálcio de seus ossos.
Ela teve o "famoso" câncer de tireoide, três tumores, um deles mais agressivo que os outros, nunca fumou, nunca bebeu, não há histórico na família de câncer e seus exames hormonais não apresentavam alterações.
Fez várias cirurgias e obteve diversos diagnósticos, refluxo, fibromialgia, túnel do carbo e outros.
Seu câncer foi descoberto por uma residente, que apalpou seu pescoço quando ela reclamou da dificuldade de engolir...o exame de pulsão teve como resultado Carcinoma Papilífero e Carcinoma Folicular.
Foi um ano de muitas perdas, mas de grande aprendizado e hoje somos melhores.